domingo, 30 de agosto de 2009

Preservação da cultura - um direito das minorias e de todos!

A expressão das tradições culturais é um direito de todos e está na declaração universal dos direitos humanos, de 1948, desde então a cultura vem sido pensada e discutida como até a proteção e promoção da diversidade das expressões culturais conhecida como diversidade cultural.

A aceitação de grupos étnicos e culturais, que parecem estranhos e mesmo esquisitos para a maioria, pode ser um dos maiores desafios. Mas as democracias reconhecem que a diversidade pode ser uma grande qualidade. Tratam estas diferenças na identidade, na cultura e nos valores como um desafio que pode reforçar e enriquecê-los.

Escutamos erroneamente e repetidamente pessoas falam no termo “levar cultura” a determinadas camadas da sociedade, a comunidades distantes ou grupos específicos da sociedade. O erro está no fato de que não levamos cultura a alguém, cada individuo possui cultura, a sua cultura.

Podemos sim, levar atividades culturais, apresentar certas manifestações culturais desconhecidas por alguns grupos, ou até mesmo, promover ações de resgate, documentação ou preservação da cultura de uma comunidade.
Érica Lima

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Programa de incentivo a cultura movimenta a economia nordestina

O Banco do Nordeste do Brasil através de seu edital de cultura – o programa BNB de cultura 2009 contemplou 192 iniciativas potiguares que receberam o patrocínio do Banco este ano. Desde o lançamento do seu primeiro edital público, em 2005, o BNB patrocinou 873 projetos em diversos segmentos artístico-culturais, destinando R$ 12,5 milhões. De lá para cá, 398 cidades foram contempladas, sendo que 50% dos projetos priorizam municípios com até 100 mil habitantes. Para a Edição 2010 o banco firmou parceria com o BNDES, somando um valor total de patrocínio de R$ 6.000.000,00 (seis milhões de reais).

Pode concorrer ao edital, pessoa física ou jurídica. O valor máximo do patrocínio por projeto é de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Sendo patrocinados 225 projetos, nas áreas de literatura, música, artes cênicas, artes visuais, audiovisual e áreas integradas.

Na segunda-feira passada (dia 17 de agosto) foi divulgada no site do BNB a lista dos projetos habilitados para a seleção do edital 2010. A análise dos projetos será feita por uma comissão composta por 30 profissionais, contratados pelo BNB, representante de todos os estados da área de atuação do Banco. O resultado final da seleção será divulgado em 30 de outubro de 2009.

Mais informações acesse: www.bnb.gov.br

sábado, 15 de agosto de 2009

ALMA DE GARI

Curta potiguar em rede nacional
O documentário “Alma de gari” dirigido pela radialista Érica Lima foi selecionado para a competição oficial do Festival Tela Digital, e exibido no mês de julho/2009 em rede nacional na TV Brasil. Até o momento, o único vídeo potiguar selecionado para competição. O curta Alma de gari têm como protagonista o Wilson Fernandes - um gari que trabalha á noite nas ruas de Natal-RN. Um personagem anônimo que trás consigo uma forte relação com a cidade de Natal. O Festival de Vídeo Tela Digital é um festival de vídeos inédito, pois permite que os vídeos concorrentes sejam exibidos pela TV BRASIL.

Os radialistas potiguares, Alexandre Santos, Érica Lima e Jurandyr França, produziram em dezembro de 2008 a série de documentários intitulada Alma das ruas. Um projeto piloto com cinco documentários de cinco minutos, produzidos inicialmente, como Trabalho de conclusão de curso e apresentado ao departamento de comunicação social da UFRN.















gravação do curta D´Luca - o poeta do asfalto
foto: Alexandre Santos



Com o intuído de mostrar esse trabalho para o grande público, inscreveram esses curtas em alguns festivais de cinema e vídeo que ocorrem pelo Brasil. E para surpresa da equipe os curtas já foram selecionados em importantes festivais de cinema;

· O Festival Internacional de Filmes curtíssimos (Brasília);
· Festival de cinema de países de língua portuguesa - CINEPORT (João Pessoa/PB);
· Mostra de Cinema Documentário de Ipatinga - CINEDOCUMENTA (Minas Gerais)
· FESTNATAL – Festival do vídeo potiguar e Mostra Nordeste (Natal/RN)
· Festival de Vídeo - Tela Digital (TV Brasil/SP).
A competição do festival Tela Digital se dá por duas fases, a primeira, é no site do festival, onde tem o júri popular – os internautas podem acessar e votar no seu vídeo favorito. A segunda etapa se dá na mostra que ocorre na TV, está selecionada pelo júri oficial. A curadoria oficial do festival selecionou o curta Alma de gari sem que o mesmo passasse pela votação popular.
Assita os curtas no site: http://www.teladigital.org.br/

Alma de gari
D´Luca - O poeta do asfalto
Ney Douglas – fotojornalista
Márcia – “...eu esperava tudo, menos a rua...”
Sinal fechado


LANÇANDO UM OLHAR PARA A IDENTIDADE CULTURAL

Projeto leva capacitação cultural ao município de Sítio Novo


A arte da literatura de cordel é o tema explorado na oficina do projeto Um Olhar Sobre a Serra, que faz parte de um ciclo de oficinas culturais no município de Sítio Novo, a 118 quilômetros da capital do Rio Grande do Norte. O município foi escolhido por ser uma fonte rica de bens históricos e culturais e por ser pouco conhecido no Estado, principalmente o distrito Serra da Tapuia, que tem um difícil acesso físico.
O projeto patrocinado pelo Banco do Nordeste do Barsil, é uma realização do grupo Caminhos Comunicação & Cultura que percebeu, na realização de oficinas, uma forma de proporcionar a democratização do acesso à cultura para a população de Sítio Novo. O objetivo principal é fortalecer a identidade local e proporcionar uma integração entre a comunidade contemplada e o resto do Estado.
LITERATURA DE CORDEL

A oficina de literatura de cordel ministrada pelo professor de matemática e cordelista José Acaci, realizada na comunidade da Serra da Tapuia, durou três dias, com carga horária de 16 horas de duração. Para a surpresa da organização, que esperava atender um público mais jovem e adulto, a oficina teve cerca de 30 inscritos, sendo a maioria de crianças entre 11 e 13 anos. Mariana de Souza tem 11 anos e disse gostar muito da oficina, “tem muitas coisas legais, os poemas. Estamos aprendendo cordel, aprendendo as rimas e rimando. No ano passado eu tinha visto um pouco sobre isso na escola e hoje estou podendo desenvolver. Quando soube da oficina tive muita vontade de participar. O cordelista Acaci disse não ter encontrado nenhuma dificuldade em ministrar a oficina para a garotada, pois já usa o cordel na sala de aula, com crianças do 5° ano numa escola em Parnamirim.

A oficina discutiu as diferentes regras e estilos da literatura de cordel como quadra, sextilha, setilha, quadrão e décima. Incentivou a leitura e a produção da literatura de textos em cordel como instrumento de registro das histórias do lugar, documentando lugares e pessoas que fazem parte do conjunto cultural de sua cidade. A poesia de cordel, reconhecida como patrimônio histórico e cultural do povo potiguar, nordestino e brasileiro, foi utilizada na oficina como recurso para-didático ou leitura suplementar, o que incentivou a comunidade ao conhecimento do cordel como arte, fonte de diversão e divulgação da cultura popular.
Acaci surpreendeu-se com a turma que participou da oficina. “É uma honra, em um lugar tão distante, encontrar talentos, filhos de poetas matutos que não sabem nem ler, mas tem um baú onde guardam uma grande quantidade de poesias, sextilhas, de cordéis e passando para essa juventude, que começa a valorizar mais esse trabalho”.

A jovem Renata Cristina ficou muito feliz ao saber da oficina, pois admira bastante o cordel. Seu pai não sabe ler nem escrever mas é cordelista assim como o avô, que nunca publicou nenhum cordel, mas sustentou a família com essa forma de literatura. Renata também traz na veia a poesia do cordel e ao participar da oficina pôde aprofundar-se na técnica da produção. “Essa oficina vai mudar minha vida, pois aprendi o que é certo, o que é errado, e eu vou fazer cordéis mais bem feitos. Aqui nunca aconteceu uma oficina dessa, e está sendo importante tanto para mim, quanto para outras pessoas.” Marcia Layane, outra participante da oficina, também elogia a iniciativa: “essa foi a primeira vez que eu teve acesso a literatura de cordel”.

Alexandre Santos, que faz parte da equipe Caminhos Comunicação e Cultura, afirma que o acesso aos meios de produção cultural deveria chegar a todos os recantos do país, mas não chega. “Até em Natal temos uma demanda reprimida de pessoas que gostariam de se expressar através das artes, nas cidades mais afastadas essa necessidade é mais gritante e queremos contribuir para que mesmo no agreste potiguar, as pessoas possam ter a oportunidade de produzir culturalmente e valorizar os aspectos de sua cultura”.

A iniciativa pretende fortalecer o sentido de pertencimento e valorizar a cultura popular, promovendo a troca de experiências entre as gerações, reconhecendo a importância de todos para construção de uma comunidade mais forte.

Repórter: Érica Lima

Fotografias: Jeferson Rocha